Principais Temas
Ecologia costeira
Grande parte da costa alentejana é protegida (Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina , Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha , e Reserva Natural do Estuário do Sado ), e nela podemos encontrar diferentes habitat marinhos, como estuários (ex.: Mira, Seixe), lagoas costeiras (ex.: Lagoa de Santo André), praias arenosas e rochosas.
A maior parte dos nossos estudos tem sido realizada em litorais rochosos ou estuarinos entremarés, mas também em ambientes subtidais pouco profundos. A região que mais temos estudado é a costa alentejana, mas vários estudos têm sido realizados na restante costa continental portuguesa e em África (Cabo Verde e costa continental noroeste).
Temos testado hipóteses sobre padrões e processos espaciais e temporais de distribuição e abundância de invertebrados (ex.: cracas, percebes, lapas, burriés, ouriços-do-mar), peixes e algas em litorais rochosos, e de invertebrados (macrofauna e meiofauna) e plantas em litorais estuarinos.
Temos estudado o recrutamento (chegada das larvas e sobrevivência dos juvenis) de crustáceos cirrípedes (percebe Pollicipes pollicipes e cracas Chthamalus spp.), os seus padrões de variação espacial e temporal, e os seus processos. A variabilidade genética, filogenia e biogeografia de crustáceos cirrípedes também têm sido estudadas, o que permitiu, por exemplo, a descoberta de uma nova espécie de percebe em Cabo Verde (Pollicipes caboverdensis ).
Efeitos diretos e indiretos da predação por invertebrados e peixes também têm sido alvo dos nossos estudos.
Biologia e conservação de recursos vivos marinhos
Na costa alentejana, a pesca é frequentemente exercida com fins comerciais, de lazer ou de subsistência alimentar. A intensidade, o rendimento e o impacte da pesca têm sido estudados no litoral rochoso alentejano, bem como a opinião de pescadores sobre a respetiva legislação.
Temos dedicado especial interesse a estudos sobre a biologia, ecologia e pesca do percebe Pollicipes pollicipes , o recurso com maior importância económica explorado na zona entremarés da costa continental portuguesa. Organizámos conferências nacionais e internacionais sobre a biologia e pesca do percebe, e temos apresentado propostas e recomendações para a conservação e gestão deste recurso, com vista a uma utilização sustentável. Temos estado envolvidos na implementação da cogestão da pesca do percebe na Reserva Natural das Berlengas, um processo inovador na costa portuguesa. A viabilidade biológica e económica do cultivo desta espécie também tem sido alvo de estudo.
Os nossos estudos de conservação marinha também têm incluído a avaliação e monitorização de efeitos da proteção, desenvolvidos sobretudo no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Dando resposta ao arrojamento de mamíferos e répteis marinhos na costa alentejana, temos estudado a sua biologia, distribuição e conservação.
Poluição marinha
O Porto de Sines tem elevada importância nacional e internacional para o abastecimento de energia e a movimentação de carga em contentores.
Os principais impactes potenciais do Porto de Sines no meio marinho estão relacionados com as atividades industriais e recreativas dos Terminais de Granéis Líquidos, Petroquímico, Multipurpose, de Contentores e de Gás Natural Liquefeito, do Porto de Pesca e do Porto de Recreio, e com a descarga de efluentes.
Para avaliar o impacte do Porto de Sines no ambiente marinho temos estudado, desde 1997 e com o financiamento e o apoio da Administração dos Portos de Sines e do Algarve, os seguintes ambientes: água, sedimento subtidal, substrato duro entremarés e subtidal, e organismos indicadores (mexilhão e “imposex” em Tritia reticulata ).
Em cada ambiente, têm sido analisados padrões de variação espacial e temporal, a diferentes escalas, de diversas variáveis biológicas e/ou físico-químicas, com vista à deteção de eventuais níveis e/ou efeitos de contaminação por poluentes.